Amamentação e medicamentos

 

É muito comum o uso de medicamentos por mulheres que estão amamentando.

 

A dúvida quanto a segurança no uso e a possibilidade de passagem através do leite materno implica, em determinadas situações, a interrupção do aleitamento. O que, ao nosso ver, não é a melhor saída.

 

A maioria dos medicamentos é compatível com a amamentação; poucos são os fármacos formalmente contraindicados e alguns requerem cautela ao serem prescritos, devido aos riscos de efeitos adversos nos lactentes e/ou na lactação.

 

A depressão pós parto é bastante comum, interfere com a habilidade da mãe de cuidar do seu filho e de executar atividades do dia a dia. Os sintomas incluem insônia, irritabilidade, raiva, fadiga, mudança de humor e pensamentos negativos.

 

Cerca de 11% dos americanos acima de 12 anos fazem uso de medicamentos antidepressivos sendo que as mulheres utilizam 2,5 mais vezes que os homens.

 

Uma nova pesquisa apresentada em conferência da Sociedade Perinatal da Australia e Nova Zelândia aponta que as mulheres em uso de antidepressivos tiveram maior sucesso na lactação quando continuaram o uso da medicação em comparação com aquelas que interromperam o tratamento por preocupações quanto a segurança para o recém nascido.

 

Para investigar os riscos e os benefícios do uso dos antidepressivos, um grupo de médicos da Universidade de Adelaide na Austrália acompanharam 368 mulheres que já faziam uso desses medicamentos antes da gestação. As mulheres que interromperam o uso por preocupações com o bebê tiveram um período de amamentação mais curto, com menores taxas de aleitamento materno exclusivo até o sexto mês.

 

Segundo o autor da pesquisa, os benefícios relacionados à amamentação superam os possíveis efeitos colaterais do uso da medicação. A quantidade de antidepressivo excretada no leite materno é muito baixa e provavelmente não implica em efeitos significativos no bebê.

 

De qualquer maneira, o uso de medicamentos durante a lactação sempre deve ser criterioso. Como em qualquer situação, deve haver um balanço entre os riscos e benefícios tanto para a mãe como para o lactente. A criança deve ser monitorizada e seu uso deve ser interrompido na suspeita de possíveis efeitos colaterais. A escolha de qual medicamento usar também deve ser particularizada e decidida em conjunto com o psiquiatra responsável.