Diarréia

INTRODUÇÃO

 

A Diarréia é a manifestação clínica de uma doença infecciosa que acomete o trato gastrointestinal de adultos e crianças

 

As manifestações clínicas variam desde quadros leves, com diarreia líquida e duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo ocorrer também casos assintomáticos.

 

ETIOLOGIA

 

É uma doença de transmissão fecal-oral via água, alimentos, contato pessoa-a-pessoa ou objetos contaminados. Os patógenos são capazes de romper as barreiras de defesa do organismo.

 

A má qualidade da água é sucessivamente associada ao desenvolvimento de doença diarreica aguda em todo o mundo. Segundo relatório da OMS, 88% das mortes por diarréia são atribuídas à má qualidade da água, saneamento inadequado e falta de higiene.

 

São diversas as causas da doença, como: vírus, bactérias e parasitas. Um dos agentes envolvidos é o Rotavirus. Um vírus em forma de roda que é considerado o principal responsável por diarréias em crianças de até cinco anos.

 

Existem diversos sorotipos diferentes de Rotavirus. Isso explica por que a criança pode ser infectada mais de uma vez e, mesmo tendo recebido a vacina, possa desenvolver a doença. A vacina protege contra sorotipos específicos mas é possível que ajude a desenvolver certo grau de proteção cruzada contra outros sorotipos.

 

O vírus tem um período de incubação médio de três dias. Após esse período há início de, primeiramente, vômitos seguidos de vômitos e diarréia por mais alguns dias e apenas diarréia no final do ciclo da infecção, que pode durar de três a sete dias.

 

DIAGNÓSTICO

 

O diagnóstico  pode ser feito por um exame laboratorial específico para pesquisar a existência do vírus nas fezes do doente. A amostra deve ser coletada nos primeiros dias da infecção.

 

TRATAMENTO

 

Não existe tratamento específico para o rotavírus, apenas sintomáticos.  A essência do tratamento é o controle da principal complicação da infecção que é a desidratação. Deve ser feita a reposição de líquidos com solução de reidratação específica.

 

Atenção! Não deve ser utilizado soro caseiro para promover a hidratação das crianças. Há muito erro no preparo do soro caseiro com risco de complicações pelo excesso de sais. Não deve ser feita restrição alimentar, a rotina alimentar da criança deve ser mantida. Dietas obstipantes podem reduzir o volume das fezes em alguns casos.

 

São sinais de desidratação: Sonolência, irritabilidade, muita sede, diminuição da diurese, boca seca, olhos encovados, ausência de lágrimas e perda da elasticidade da pele.

 

Não há indicação de uso de antibióticos. Eles não atuam contra o vírus. Os antitérmicos ajudam no controle da febre.

 

PREVENÇÃO

 

Para prevenir a infecção o mais indicado é lavagem de mãos e de objetos contaminados. Lavagem de brinquedos e utensílios de cozinha. Correta manipulação de alimentos e uso de solução desinfetante em frutas e legumes que vão ser ingeridos crus.

 

Há dois tipos de vacina contra o rotavírus. A vacina contra rotavírus monovalente faz parte do calendário do Programa Nacional de Imunizações e é administrada em 2 doses. A vacina contra rotavírus pentavalente é administrada em clínicas particulares e atua contra 5 sorotípos de rotavírus, é administrada em 3 doses. Ambas as vacinas protegem em algum grau os pacientes mas, como há vários sorotipos, uma criança vacinada pode contrair a infecção.